JESUS E A RIQUEZA

Jesus não condenou a riqueza, apesar de que em diversas passagens de seu Evangelho ser essa a impressão. Jesus condenou a avareza, a corrupção, o apego, o materialismo; sentimentos esses que não necessariamente decorrem da fortuna.
Tanto é que na Parábola dos Talentos, Jesus ensina a utilidade providencial da riqueza.
Narra Jesus, nessa parábola, a história de um Senhor, dono de terras, que distribui para os seus servos alguns talentos e parte para uma viagem.
Para um dos servos, ele deu cinco talentos. Para outro, dois. Para o último, um.
O que recebeu cinco, negociou-o e duplicou os talentos, gerando mais cinco. Do mesmo modo, aquele que recebeu dois também conseguiu multiplicá-lo, ficando com quatro.
Amedrontado com o que recebera, o servo que recebeu um talento, enterrou-o e esperou.
Ao regressar, o Senhor chamou os servos para prestarem contas.
O que recebera cinco, apresentou mais cinco talentos, deixando o Senhor muito feliz.
O que recebera dois, devolveu mais dois, também deixando o Senhor muito satisfeito.
O que recebera um, disse:
– Senhor, eu sei que o senhor é um homem severo, que colhe onde não semeou. Por isso, como te temia, escondi o teu talento na terra. Aqui está, devolvo o que te pertence.
O Senhor, porém, lhe respondeu:
– Servo mau e preguiçoso. Se sabia que colho onde não semeei, devia ter colocado o meu dinheiro nas mãos dos banqueiros para que, ao regressar, eu retirasse com juros o que me pertence.
Por fim, o Senhor ordenou:
– Retirem o talento que está com ele e deem-no ao que tem dez talentos. Porque àquele que tem mais lhe será dado. Quanto àquele que nada tem, até mesmo o que pareça ter lhe será tirado. E que esse servo inútil seja lançado nas trevas exteriores.
Se compararmos os talentos à fortuna, perceberemos que a tarefa de quem a possui é multiplicá-la em benefício de todos e não para enterrá-la em cofres, sem utilidade nenhuma.
O servo mau, o servo preguiçoso, o servo medroso é aquela pessoa que possui a fortuna e nada de bom faz com ela. Por isso, ela lhe será tirada e ele sofrerá.
O servo bom, o servo trabalhador, o servo corajoso é aquela pessoa que põe a sua fortuna para gerar emprego, educação, saúde, prosperidade em benefício de toda a sua comunidade. Por isso, mais oportunidades lhe serão dadas.
Deus, o Senhor, não quer que os nossos talentos, as nossas fortunas, as nossas habilidades fiquem paradas, enterradas. Ele quer que gerem frutos que possam ser divididos com todos*.
Por isso, no fim da parábola, Jesus demonstra que muitas pessoas que possuíam talentos que não foram bem utilizados, hoje não os têm mais, porque não o desenvolveram, ao contrário de outras que o exercitaram e multiplicaram-no em benefício de todos.
A riqueza é a prova mais difícil que existe, porque é muito fácil se acomodar nela e viver apenas e tão somente para si, sem gerar benefícios para o próximo.
Mas o rico que não se acovarda diante da riqueza, que a coloca como um meio de prosperidade para outros, esse rico terá muito mais, porque Deus sabe que das mãos dele, os desafortunados receberão algo: emprego, trabalho, renda, educação, saúde, cultura.
Jovem! A riqueza que Deus te deu não é única e exclusivamente para você. É para que você possa gerar prosperidade para todos, multiplicando a benção do dinheiro para dividi-lo com quem sente fome, frio e dor. Deus conta com você para que as bençãos Dele chegue aos nossos irmãos necessitados.
Vinicius Del Ry Menezes
*sugere-se a leitura do tópico Emprego da Riqueza, item 13, do capítulo Não se Pode Servir a Deus e a Manon, do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, para aprofundamento dessa questão.