JESUS E A PARÁBOLA DA FIGUEIRA SECA

Jesus, ao sair de Betânia com seus discípulos, sentiu fome. Viu que havia uma figueira cheia de folhas próximo ao caminho em que estava. Ao se aproximar da figueira, o Mestre não encontrou nenhum figo para comer, só folhas. Então, ele disse:
– Que nunca mais nasça frutos de ti.
No mesmo instante, toda a árvore secou.
Os discípulos se espantaram e perguntaram:
– Mestre, como é que repentinamente você secou a figueira?
Calmamente, Jesus respondeu:
– Se vocês tiverem fé e não duvidarem de si mesmos, vocês serão capazes de fazer não só o que eu fiz à figueira, mas até se disserem para aquele monte, levante-se e se lance ao mar, isto será feito.
E após uma breve pausa, Jesus arrematou a lição, dizendo:
– Tudo o que, com fé, pedirem em seus corações, vocês receberão.
Essa parábola é encontrada nos evangelhos escritos por Mateus, Lucas e Marcos, com pequenas variações*, mas o significado dela é o mesmo.
Jesus possuía uma capacidade mediúnica plena e, por isso, conseguia manipular o magnetismo da maneira que quisesse.
Mas causa espanto Jesus utilizar tamanha facilidade para tornar uma árvore seca.
É que, naquela época, era preciso tornar visual conceitos difíceis de serem entendidos.
Jesus precisava ensinar aos seus discípulos que não bastava que eles o seguissem e acreditassem em suas palavras: era necessário que cada um deles aplicassem na prática os ensinamentos de Jesus, de modo a gerar frutos que pudessem ser distribuídos a todos.
Sendo assim, Jesus aproveitou o fato de que aquela figueira, que deveria estar cheia de frutos, não produzir nada para reforçar a necessidade de trabalhar em benefício do próximo.
Mas bastava que Jesus explicasse isso, não era necessário que ele a secasse, muitos alegam.
Era necessário, sim, que Jesus a secasse para reforçar o que acontece com as potencialidades do corpo e da alma quando não se utiliza elas para o bem comum.
Quando um órgão ou membro do corpo não é utilizado, ele atrofia naturalmente.
Do mesmo modo com as potencialidades da mente. Quando não se utiliza a inteligência e a criatividade, essas duas faculdades atrofiam.
Igualmente ocorre com as potencialidades da alma. Quando não se utiliza os bons sentimentos, a mediunidade, para aqueles que a possuem, eles também se atrofiam.
Então, ao secar a figueira, Jesus demonstra que se não usarmos as nossas potencialidades para gerar bons frutos para quem nos cerca, teremos também atrofiadas as nossas potencialidades.
Além disso, diante do espanto dos discípulos, Jesus aproveitou para demonstrar a capacidade de sua fé, ou melhor, da confiança que ele mesmo tinha em suas potencialidades. E ele incentiva que os discípulos passem a cultivar essa confiança íntima ao dizer que eles poderiam até mover montanhas, caso pedissem isso com fé.
Jovem! Identifique quais são as suas potencialidades, sejam elas físicas, mentais ou espirituais. Então, produza bons frutos que possam ser distribuídos em seu entorno. Não deixe suas potencialidades atrofiarem, secarem. Acredite em si mesmo, tenha fé em si mesmo. Seja em casa, na escola, na sociedade uma figueira que realmente produza bons frutos.
Vinicius Del Ry Menezes
*sugere-se a leitura do livro Parábolas e Ensinos de Jesus de Cairbar Schutel, editora O Clarim.