JESUS E A CARIDADE MORAL

JESUS E A CARIDADE MORAL

02/02/2023 Juventude 0

Jesus disse para o grupo faminto por “justiça”: “atire a primeira pedra quem estiver livre de pecados”.

Um a um, os “justiceiros” saíram, envergonhados. Para a mulher apanhada em adultério, Jesus falou: “eu também não te condenarei”.

A misericórdia de Jesus fica expressa nesse trecho do evangelho no qual o Mestre, o ser moralmente mais perfeito a pisar na terra, se absteve de julgar a mulher, e também os homens que ele sabia serem cheios de pecados.

Em uma análise mais profunda, no entanto, essa passagem também mostra a prática da caridade moral.

Caridade é definida no dicionário como a ajuda dada a alguém em posição de inferioridade. Essa posição de inferioridade pode ser física, social, financeira, etc.

O mais comum é associarmos a caridade a entrega de donativos aos pobres e vítimas de calamidades, considerando-a apenas do ponto de vista material.

Esquecemos que todos os seres humanos são necessitados de ajuda moral, pois não há ninguém, a exceção de Jesus, que tenha atingido a perfeição moral em nosso planeta.

Toda a vida de Jesus, todos os seus ensinamentos, todas as suas curas, todo o seu trabalho foi um exemplo de caridade moral, afinal o Mestre “não possuía uma pedra para repousar a cabeça”, pois ele não tinha bem material nenhum. Tanto é que os pães e peixes que ele multiplicou foram dados pelos apóstolos.

Na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, o espírito de Irmã Rosália diz que a caridade moral “consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral”*.

A adolescência é o melhor período para se treinar a caridade moral, porque esse treino fortalece o espírito para as árduas lutas da vida adulta.

Por isso, o jovem deve esforçar-se para não se incomodar com o colega de classe que pensa diferente. Deve esforçar-se para não zombar daquele que sabe menos ou tem menos. Deve esforçar-se para calar uma ofensa recebida, considerando que se a situação fosse inversa talvez ele fosse o ofensor. Deve esforçar-se para não se sentir humilhado diante daqueles que o excluem.

A prática da caridade moral é um exercício diário de fortalecimento íntimo e benevolência para com o outro.

Se toda a humanidade a praticasse, já estaríamos em um mundo onde os seres humanos seriam mais equilibrados e maduros e, por causa disso, não haveria mais maldade nas relações interpessoais.

Jovem! Faça como Jesus: pratique a caridade moral, não julgando o seu próximo, fortalecendo o seu íntimo, amadurecendo o seu espírito, praticando a benevolência com todos. São essas atitudes que doam paz para os nossos irmãos mais necessitados do amor de Cristo; amor que já aprendemos a sentir.

Vinicius Del Ry Menezes

*sugere-se a leitura do capítulo 13, Que a vossa mão esquerda não saiba o que deu a direita, do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo para aprofundamento dessa questão.