JESUS E A LEI DE LIBERDADE

Um dos ensinamentos mais famosos, e mais mal compreendido de Jesus, é o seguinte: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Para entendê-lo, é necessário contextualizá-lo no Evangelho.
O capítulo 08, do Evangelho escrito por João, narra uma longa conversa que Jesus teve com os Fariseus.
Segue o trecho literal dessa passagem do Evangelho:
“Jesus dizia aos judeus que nele acreditavam:
– Se vocês permanecerem na minha palavra, serão verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade e verdade vos libertará.
Mas os judeus responderam:
– Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você diz que seremos livres?
Jesus replicou:
– Em verdade, em verdade lhes digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. Ora, o escravo não fica para sempre na casa. O filho fica para sempre. Se, portanto, o filho lhes libertar, serão verdadeiramente livres”.
Os judeus não compreendiam que a liberdade a que Jesus se referia não era a liberdade material, financeira e política. Tanto é que eles se gabavam por nunca terem sido escravos.
Mas Jesus deixa claro que eles são escravos, sim, mas dos pecados.
Leia-se pecado no sentido de maus sentimentos, maus pensamentos, más ações.
Todo efeito tem uma causa. Isso significa que tudo o que fazemos volta. Portanto, somos escravos dos efeitos que causamos.
E quais efeitos causamos? Isso depende.
Se causamos pecados, sofremos os efeitos negativos das ações praticadas.
Mas, se causamos ações positivas, baseadas nos ensinamentos moralmente libertadores ensinados por Jesus, os efeitos são positivos.
Resumindo: ações más, efeitos negativos; ações boas, liberdade.
Portanto, a liberdade a que Jesus se referia é a liberdade de agir no bem de todos, sob o ponto de vista espiritual.
Jesus não se referia à liberdade financeira, política e social, sob o ponto de vista material. Muito menos à liberdade absoluta, porque onde há duas pessoas há direitos e deveres mútuos a serem cumpridos.
Quem alega que a liberdade é absoluta, promove a desordem, passando por cima dos direitos alheios.
Quem pratica o bem é livre para continuar agindo, pois respeita os direitos alheios e cumpre com os próprios deveres, de modo que sua própria consciência, a cada dia, fica mais pacificada e livre das amarras materiais.
Jovem! Não se escravize aos perigos da juventude. Aja no bem diariamente, cumprindo com seus deveres, respeitando os direitos alheios, estudando o Evangelho de Jesus. Assim, você perceberá que estará livre de todas as amarras materiais e não se escravizará a sofrimentos desnecessários.
Vinicius Del Ry Menezes
*para um maior aprofundamento dessa lei, sugere-se a leitura do capítulo Lei de Liberdade da obra O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.