JESUS E A MEGALOMANIA

JESUS E A MEGALOMANIA

17/10/2024 Juventude 0

Jesus, cercado pela multidão ansiosa pelos seus ensinamentos e suas curas, começou a pregar lições referentes a viver a vida presente, sem se preocupar ansiosamente com o futuro.

O Mestre percebeu que aquela multidão estava ansiosa pelas posses materiais efêmeras, pela ganância, pelo apego.

Foi aí que Jesus entendeu que muitas daquelas pessoas estavam perdidas em suas próprias megalomanias.

Megalomania significa mania de grandeza, orgulho exacerbado, idolatria ao que é majestoso.

Então, para lhes ensinar uma profunda lição, o Mestre disse:

– Se vocês ainda nem podem fazer as coisas mínimas, por que estão ansiosos pelas outras?

A pergunta nos leva a refletir o quão megalomaníacos somos, tanto para as questões espirituais quanto materiais.

Materialmente, desejamos dinheiro, bens, posses, títulos, poder, evidência, relevância e, para isso, pensamos, arquitetamos e planejamos diversas formas de conseguirmos nos destacar em relação aos demais.

Em nossa megalomania, nos perdemos em pensamentos que não fazem sentido com a realidade que nos cerca.

Espiritualmente, desejamos atingir a perfeição absoluta, queremos nos tornar Cristos instantaneamente, nos consideramos melhores do que o outro por acreditarmos em reencarnação e na lei de causa e efeito e, a partir disso, nos tornamos cada dia mais orgulhosos e distantes da perfeição buscada.

Em nossa megalomania, caímos no ridículo de nos creditarmos virtudes que não possuímos, julgando o irmão ao nosso lado, diminuindo-o.

Se ainda nem podemos fazer as coisas mínimas, por que estamos ansiosos pelas outras?

Se ainda nem lavamos a xícara de café para ajudar a copeira, por que estamos ansiosos em liderar uma equipe?

Se ainda nem temos paciência em um ônibus lotado, por que estamos ansiosos em comprar um carro para ficar parado no trânsito?

Se ainda nem aprendemos o valor justo do dinheiro, por que estamos ansiosos em ganhá-lo livremente?

Se ainda nem respeitamos a pessoa que vive ao nosso lado no lar, por que estamos ansiosos em liderar uma agremiação religiosa?

Se ainda nem compreendemos os nossos defeitos, por que estamos ansiosos em exibir as nossas virtudes?

Se ainda nem aprendemos a amar, por que estamos ansiosos em nos tornarmos perfeitos como Jesus Cristo?

Se ainda não aprendemos o básico, por que ficamos ansiosos pelas nossas ideias megalomaníacas?

A resposta talvez seja está: é mais fácil nos perdermos em nossos pensamentos grandiosos, megalomaníacos e ilusórios, do que enfrentar a nossa realidade íntima.

Jovem! Não despreze as ações consideradas “mínimas”, “básicas”, “iniciais”. Não existe trabalho menor. Qualquer ação no bem é importante. O que torna uma ação menor ou maior não é a ação em si, mas o bem que essa ação gera para o outro. De nada adianta construir um hospital de última geração, se ninguém se dispor a simplesmente abrir a porta aos pacientes.

Vinicius Del Ry Menezes