JESUS E A ORAÇÃO

Durante o Sermão da Montanha, Jesus teceu vários comentários referentes à oração, nos ensinando a verdadeira natureza de uma prece.

Ele começou ensinando que, ao orar, não é para que façamos como os hipócritas que gostam de orar em pé nos templos religiosos para serem vistos pelos outros.

Ainda hoje, muitas pessoas oram não para Deus, mas para que as demais pessoas as vejam e as bajulem.

Por isso Jesus disse que a lisonja já era a recompensa para esses hipócritas, pois, para orar, como ensina o Mestre, basta entrar no quarto e orar a Deus, em segredo.

Mas, se aprofundarmos a análise, a hipocrisia se dá de muitas maneiras.

Quantos de nós oramos a Deus, mas não fazemos o que nos foi ensinado por Jesus?

O Mestre continua os ensinamentos dizendo que não é necessário usar muitas palavras e diversas repetições.

Quantos de nós oramos através de fórmulas repetitivas das quais nem nos damos conta do significado das palavras ditas?

O Mestre explica que Deus não precisa ouvir muitas palavras porque o Pai já sabe o que nos é necessário antes mesmo de pedirmos.

Mas aí, cabe a pergunta?

Se Deus já sabe de que precisamos, para que orar?

Se não é necessário pedir com palavras, como fica a oração?

Para responder essas dúvidas, é necessário relembrar que Jesus indica que devemos orar em segredo e sem muitas palavras, porque Deus sabe de antemão de que necessitamos.

A resposta, portanto, só pode ser uma: a oração deve, antes de mais nada, ser feita pelo coração e não pelo cérebro.

A prece sincera, a prece verdadeira, é aquela que parte do coração que se abre para receber as bençãos de Deus e que, a partir dessa postura íntima, formula a oração ao Pai.

Confundimos orar com pedir racionalmente o que desejamos, quando orar é se abrir emocionalmente para recebermos o que necessitamos.

Deus sabe do que necessitamos e, se abrirmos o coração a Ele, Ele nos dará.

Mas só pedimos o que desejamos, que, em geral, são futilidades. Por isso, gastamos muitas palavras como forma de convencer e persuadir a Deus.

Deus sempre nos dará aquilo de que necessitamos, como um pai sempre dá ao filho o que é necessário para o crescimento dele.

Do mesmo modo que um pai não dá para o filho o que seja perigoso para a sua idade, Deus também não nos dará aquilo que pode nos levar à ruína. De que adianta ganhar o mundo e perder a alma, já nos ensinou Jesus.

Devemos orar a Deus pedindo aquilo de que necessitamos para o nosso crescimento espiritual, nos tornando receptivos para que recebamos o que Deus julga ser o melhor para nós. Ou seja, é para aceitarmos as decisões do Pai em relação a nós.

Jovem! Oração é ligação sincera com Deus. Ligação essa que deve ser feita com o coração. Coração que deve estar receptivo às lições que nos são necessárias. Lições que devem ser aprendidas para um maior crescimento espiritual. Crescimento espiritual para que nos liguemos cada vez mais com Deus.

Vinicius Del Ry Menezes