JESUS E A PARÁBOLA DA GRANDE CEIA

Jesus começou a narrar a parábola da Grande Ceia* da seguinte forma: “Um homem deu um grande jantar e convidou muitos convidados. Na hora da ceia, enviou o seu servo para dizer aos convidados: venham, porque tudo já está preparado”.
Após uma breve pausa, Jesus continuou:
“Porém, começaram todos os convidados, um a um, a se desculparem. Comprei um campo, disse um, e preciso ir vê-lo; rogo que me desculpe. Comprei cinco juntas de bois, disse outro, e por isso não posso ir; rogo que me desculpe. Casei-me, disse outro ainda, e por isso não posso ir.”
Embora espantados com a narrativa, os presentes continuaram prestando atenção. Jesus continuou:
“O servo voltou e contou isso ao seu senhor. Irado, o dono da casa disse ao servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traz para cá os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. Após voltar da tarefa incumbida, o servo disse: Senhor, fiz o que me ordenou, mas ainda há lugar”.
Após uma breve pausa, Jesus arrematou:
“O senhor respondeu ao servo: sai pelos caminhos e atalhos e mande a todos entrar, para que se encha a minha casa; porque eu declaro que nenhum daqueles homens que foram convidados, provará a minha ceia”.
Essa parábola é uma verdadeira aula sobre o desapego dos bens terrenos e a necessidade de aceitarmos os chamados que a espiritualidade maior, Jesus em especial, nos faz diariamente.
A vida, a nossa encarnação, nos é dada para a conquista dos bens espirituais, que são os únicos que vão com a gente após a morte. E quais são eles? A humildade, a paciência, a caridade, a bondade, a generosidade, a tolerância e diversas outras virtudes que podemos trabalhar.
Infelizmente, estruturamos a nossa vida em torno das conquistas materiais e relegamos à segundo plano às espirituais.
O Senhor, porém, não cansa de nos convidar ao banquete espiritual. Mas, apegados à matéria como somos, recusamos o convite diariamente.
Não conseguimos uma hora na semana para realizar o Evangelho no lar.
Começamos a leitura de um livro edificante e o abandonamos pela metade.
Decidimos participar de uma atividade social e, na primeira garoa, deixamos de ir. Mas no trabalho material vamos todos os dias e fazemos hora extra muitas vezes sem necessidade.
Quando surge uma festa durante a semana, vamos nela, mesmo que chova.
Vamos religiosamente na academia cuidar do corpo, mas no centro espírita, na igreja, no templo dá uma preguiça.
Passamos horas nas redes sociais vendo a vida dos outros, mas a reflexão em torno da própria vida é chata.
Trocamos os convites espirituais, por desculpas materiais e, assim, vamos levando uma vida infeliz, porque a matéria não sacia o espírito.
E quem aceita o convite, como os “pobres, os aleijados, os cegos e os coxos”, em outras palavras, os desapegados dos bens materiais, estes, sim, são os que crescem espiritualmente e têm uma vida feliz.
Jovem! Todos os dias os servos de Deus saem por aí nos convidando a tomarmos a refeição espiritual. O convite vem de diversas formas: um vídeo bom na internet, um convite de um amigo para ir ao centro espírita, a lição moral da mãe, um livro que nos chega às mãos, e assim por diante. Não invente desculpas para recusar esse convite. Um dia, talvez, quando outros convites chegarem, faltará forças físicas para aceitá-los e sobrará arrependimentos morais pelas recusas passadas.
Vinicius Del Ry Menezes
*sugere-se a leitura do livro Parábolas e Ensinos de Jesus de Cairbar Schutel, editora O Clarim.